Fiquei muito feliz ao ler o artigo "Thoughts about Transversus Abdominis" ou "Pensamentos a respeito do Transverso Abdominal" que propaga a necessidade de se esclarecer a real importância do músculo transverso abdominal.
Ele é a alma, podemos dizer assim, do trabalho do
Core.
Criei esse curso após formação em especialista em Exercícios Corretivos nos Estados Unidos da América do Norte.
Ao longo desses anos de prática clínica e ensino constatei sua importância e por outro lado, que muitos desconhecem como o
TA é ativado, resultando em erros graves nas sessões de Core Training.
Ler esse texto só me reforçou a certeza de estar caminhando na direção certa.
Kari Niemi, da Finlândia, nos traz alguns pontos fundamentais a respeito de sua função, já que
ainda existem mal entendidos ou má interpretação sobre transverso abdominal.
"Vale ressaltar algumas questões sobre a função normal do transverso abdominal e o que acontece com a sua função na presença de dor lombar ou, para os leigos, dor nas costas. Além disso, há idéias sobre como podemos reciclar e recuperar a função transverso abdominal."
Fiz um resumo para você, mas lembre-se: cada uma delas é fundamental para o entendimento e manejo desse músculo tão particular. Com isso em mente leia os seguintes pontos:
1) O músculo transverso abdominal - TA - controla o deslocamento excessivo das vértebras(intersegmentar) em todas as posturas e movimentos(ações).
2) O Transverso abdominal é ativado antes do início de todos os movimentos (feedforward).
3) Pacientes com dor lombar apresentam atraso dessa ativação, ou seja, ele é ativado depois do que deveria, o que permite a translação das vertebras (falha no feedforward).
4) Esse atraso de ativação só está presente no início de um movimento funcional ou mudança de postura
5) Esse atraso no tempo de ativação no início do movimento é o único comprometimento consistente medido no TA relacionado à dor nas costas.
6) O TA está sempre ativo enquanto nos movemos.
7) Mesmo que a dor tenha passado, a disfunção do TA pode ainda persistir e assim predispor a um outro episódio de dor (recorrência insidiosa - lombalgia crônica)
8) Não há nenhuma vantagem em tentar fortalecer ou alongar o TA para o manejo da dor nas costas.
9) Não é apropriado apenas medir a quantidade de atividade EMG do TA em um paciente com dor lombar (mais atividade muscular e força não constituem a resposta).
10) A resposta reside em corrigir o atraso de tempo da ativação do TA!
11) Avaliar a qualidade de eficiência de recrutamento voluntário é uma forma de avaliar a mudança no limite de ativação.
12) Estudos têm demonstrado que a medição cognitiva, não funcional e o controle motor são formas mais eficazes para recuperar o atraso do tempo de ativação do TA a curto prazo. (Exercícios funcionais ou exercícios de co-contração dos músculos do tronco não recuperam o atraso de tempo como demonstrado em todos os estudos)
13) Controle motor específico pode reduzir os sintomas e a recorrência da dor lombar.
14) As alterações corretivas da ativação do transverso abdominal podem ser retidas por pelo menos seis meses através de estratégias específicas de controle motor.
Conclusão: "A reabilitação da lombalgia tem mais relação com re-treinar o cérebro do que construir músculos". Hodges
Referências:
Hodges PW, Richardson CA 1997. Feedforward contraction of transversus abdominis is not influenced by the direction of arm movement. EXP Brain Res, Apr;114(2):362-70
Tsao H, Hodges PW 2007. Immediate changes in feedforward postural adjustments following voluntary motor training. Exp Brain Res, Aug;181(4):537-46
Tsao H, Hodges PW 2008. Persistence of improvements in postural strategies following motor control training in people with recurrent low back pain. J Electromyogr Kinesiol, Aug;18(4):559-6
Tsao H, Galea MP 2008. Reorganization of the motor cortex is associated with postural control deficits in recurrent low back pain. Brain Aug;131(Pt 8):2161-71
Hall L, Tsao H, MacDonald D, Coppieters M, Hodges PW 2009. Immediate effects of co-contraction training on motor control of the trunk muscles in people with recurrent low back pain. J Electromyogr Kinesiol, Oct;19(5):763-73
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