sábado, 25 de agosto de 2012

O Psoas e a dor lombar


Muitas pessoas vêm ao meu consultório com queixa de dor lombar e não conseguem explicar porque, muitas vezes comentando que é pior quando passam de sentado para de pé. Isso freqüentemente se deve ao músculo psoas em espasmo. A resposta comum, quando eu falo isso é "Hein?" A maioria das pessoas nem sequer sabem que têm esse músculo.
O psoas vem do interior dos processos transversos de suas vértebras lombares (as superfícies de fixação dos ossos da parte inferior da coluna) e algumas vezes da última dorsal, e se dirige internamente ao trocanter menor do seu fêmur (um ponto de fixação no interior de a parte superior de seu osso da coxa).  Quando você está em uma posição sentada, ele está em uma posição de "encurtamento", tanto que muitas vezes você pode sentir dor na parte inferior das costas quando se levanta  e estica as costas, se alongando.
O músculo psoas também interage com outros músculos, e é importante se dirigir a estes ao liberar o psoas. É comumente associado com o músculo ilíaco que vai do interior da crista ilíaca (osso do quadril) e se fixa no mesmo ponto no fêmur, os dois juntos sendo conhecidos como o iliopsoas. No entanto, ele também interage com o quadrado lombar (um músculo profundo da parte inferior das costas) e do diafragma, que é o músculo que ajuda a inflar seu peito quando você respira. É relativamente comum que alguns pacientes cheguem com dor na parte inferior das costas depois de um espirro particularmente violento; o diafragma desencadeou tanto o quadrado lombar como o psoas.
Tratá-lo exige conhecimento anatômico e funcional; não se trata de um simples ajuste para a fixação na coxa que usa os receptores de estiramento no músculo e fáscia para liberá-lo. Como é em grande parte um músculo interno, é difícil de acessar e exige cuidado ao fazê-lo. O resultado é melhor quando trabalhamos também os músculos e fascias que também são alterados. Existem também alongamentos para ajudar a liberar o psoas, mas é preciso prática para obter bom resultado.Da forma correta o paciente sente uma leve sensação de alongamento suave na parte superior e interna da coxa. Nunca se deve sentir a região lombar.

Objetividade associada a suavidade é o melhor caminho para lidar com o "temperamental" psoas.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Escalenos, respiração e Síndrome do desfiladeiro torácico

Encontrei esse texto muito interessante de autoria de Erik Dalton, terapeuta manual com formação em Rolfing e Quiroprática, criador de Myoskeletal Alignment Techniques e estou compartilhando com vocês.

"A literatura que aborda terapia manual está carregada com artigos que descrevem a função do músculo escaleno, anatomia e disfunção. Então, hoje eu vou oferecer uma perspectiva sobre o papel que os escalenos desempenham nas síndromes compressão do nervo. 
Os três grupos escalenos têm seu nome originado de skalenos palavra grega que significa "irregular". Embora anatomistas descrevam os escalenos como músculos individuais, terapeutas mais sensíveis ao toque estão cientes de como eles trabalham juntos como uma unidade funcional durante a inclinação lateral e rotação do pescoço (Fig. 1). Considerados como músculos acessórios da inspiração, podem elevar a primeira e segunda costelas e ajudam na flexão do pescoço. Acreditava-se que os escalenos só operavam durante a respiração profunda ou forçada, mas eletromiografias mais elaboradas, mais eficientes, mostram os escalenos trabalhando mesmo quando a inspiração é suave. Isso levou alguns pesquisadores a deixar cair o rótulo de acessórios e considerá-los como músculos principais da inspiração.
Eletricistas, pintores, dançarinos e atletas competitivos, como nadadores e arremessadores podem desenvolver síndrome escaleno anterior devido ao atrito excessivo de estruturas neurovasculares. Nervos cervicais e vasos muitas vezes ficam presos entre os tendões fibróticos do escaleno anterior e médio  na entrada torácica (Fig. 2). Espasmo prolongado de escalenos por lesão, postura ruim ou por uso excessivo também pode causar problemas à medida que puxam a primeira costela colocando-a contra uma clavícula caída. Quando o plexo braquial fica retido entre a clavícula e a costela, uma condição chamada "síndrome costoclavicular" surge. Este distúrbio é uma das principais causas de Síndrome do Desfiladeiro Torácico.
Porque o ombro e o pescoço compõem partes muito complexas do corpo, com músculos e tecidos conectivos que vão em todas as direções possíveis, os terapeutas devem se concentrar com a intenção de avaliar corretamente os padrões posturais antes de "perseguir a dor". Alguns testes de provocação comumente usados ​​para determinar a
Síndrome do Desfiladeiro Torácico como a manobra de Adson (escalenos), Allen (pulso radial), 'Hands-up' (peitoral menor) e a manobra de elevação do impacto de canal costoclavicular podem ser utilizados. Estes testes podem ou não momentaneamente reproduzir sintomas, mas às vezes são úteis na exclusão de outras causas que podem produzir sintomas semelhantes.
Devido à sobreposição de sintomas, muitas vezes é difícil fazer uma avaliação definitiva por meio de testes de provocação. Felizmente, os avanços no exame de imagem - Neurography -  Ressonância Magnética e Neurografia estão fornecendo monitoramento mais preciso dos locais exatos de danos no nervo periférico. Estes testes, acompanhados pela história completa e avaliações posturo-funcionais, são extremamente úteis para fisioterapeutas tratarem aderências miofasciais nessa verdadeira "armadilha" que irrita o feixe de nervos e capaz de trazer sensação para o braço e mão.
Resultados terapêuticos alcançam recompensas maiores quando os nervos ao longo de todo o comprimento do braço são examinadas e trata-se proximalmente começando a partir da coluna cervicotorácica para baixo através do pulso e mão.
Ao aprender a trabalhar a região anterior do pescoço, cuidado especial deve ser tomado para evitar colocar pressão dos dedos sobre as estruturas neurovasculares. Portanto, sugiro que você pratique sob supervisão até que obtenha segurança e habilidade para tal."

Deixo uma sugestão, suspeita que sou, já que durante 10 anos fui professora de Anatomia Palpatória na faculdade de Fisioterapia; estudem anatomia com a funcionalidade no pensamento. (Leiam esse artigo apaixonante).  Utilizem a avaliação estática, transicional e dinâmica ou funcional antes de desenvolver seu programa de tratamento.
Essa base é fundamental para nosso sucesso!!!